Ela fala com exclusividade para a NFFB de sua rotina e recuperação, atleta UFC da categoria feminina do peso-palha anda otimista
A Lutadora do UFC Ariane Sorriso – Aos 28 anos de idade, Ariane ‘Sorriso’ Carnelossi, compete no MMA profissional desde 2014 e soma 13 vitórias, sendo nove por nocaute e duas derrotas. Os dois únicos reveses de sua carreira vieram pelas mãos de duas lutadoras ranqueadas no top 15 da divisão dos palhas do UFC.
De acordo com Ariane Sorriso, o problema na coluna teve início poucos dias antes do confronto contra Na Liang, pelo UFC 261, neste ano de 2021. Mesmo com muitas dores, a peso-palha (52 kg), com a ajuda do trabalho feito pela fisioterapeuta disponibilizada pelo Ultimate, conseguiu subir no octógono e conquistar sua primeira vitória no principal evento de MMA do Mundo.Ela passou por uma cirurgia na coluna após a vitória, sendo constatado uma hérnia de disco, um dia depois, recebeu alta do hospital e se recuperou em um hotel.
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A News For Fighters entrou em contato com a atleta do UFC Ariane ‘Sorriso’ Carnelossi. E fez uma pequena entrevista com a peso-palha.
Confira a entrevista
News For Fighters Brasil: Com quantos anos você iniciou na luta e qual sua modalidade favorita?
Ariane Sorriso: Iniciei a uns 10 anos atrás no Muay Thai, comecei como apenas uma modalidade de atividade física. Como eu jogava bola e resolvi parar, não conseguia ficar parada.
NFFB: Como seria sua rotina diária de treinamento incluindo alimentação?
A.S.: Sobre meus treinos, os horários são diversificados de acordo com a intensidade. Mas diariamente 2 treinos de tatame (Muay Thai, Jiu-Jitsu, MMA, Wrestling), preparação física e algum cardio pra complementar. Sobre a dieta, depende quando estou em corte de peso ou não, mas agora, mudei totalmente meu estilo, com luta ou sem, eu fico 100% de dieta. E gostei muito do físico que cheguei pra última luta.
NFFB: Sabemos que o grande desafio de um atleta é o corte de peso e a melhor recuperação, nos conte com quanto tempo você inicia o processo e os desafios que você encontra durante a recuperação?
A.S.: Nunca tive problemas em cortar peso. Muita gente erra em não se comportar fora de competição e um dia o corpo cobra né. Vejo muitos reclamando que teve problema com isso, com aquilo e por isso não bateu o peso… Mas tem muita gente que não liga pra alimentação regrada fora de eventos. Nessa última luta, cortei o peso sentada na sauna seca conversando com minha equipe e ouvindo música. Tudo muito bem planejado pela minha equipe de nutrição (Rodolfo Zanin) e pelo meu médico Guilherme Martins.
NFFB: Na sua opinião se a pesagem fosse no dia da luta, como em alguns esportes olímpicos e profissionais, a dinâmica de perda de peso seria diferente? o que mudaria?
A.S.: Não sei, acho que mais lutas cairiam (Cancelada devido não bater o peso ou condições físicas) pois alguns ainda tentariam o corte de peso. Não é apenas o dia da pesagem que precisa mudar. Mas a forma com que é feito o corte e a recuperação do peso. Muita gente ia abusar ainda, com menos tempo para recuperar e sei lá, algumas lutas cairiam em cima da hora. Mas eu apoio pesagem no dia da luta sim, acho que a longo prazo seria muito bom, muita gente ia lutar por muito mais tempo.
NFFB: Quais seus objetivos a curto prazo no MMA?
A.S.: Recuperar da minha cirurgia, voltar a lutar o quanto antes. Queria lutar mais 2x esse ano, mas não quero acelerar minha recuperação sem necessidade. Mas estou de olho nas possibilidades da minha categoria.
NFFB: Você acha que um atleta de MMA no brasil possui tecnologia e suporte suficiente ou o CAMP mais completo tem que ser no exterior?
A.S.: Sem dúvidas alguma. Sim! O Brasil possui um vasto leque de material humano e estrutura. O que muitos optam pelo exterior é pelo apoio dado aos atletas, muita gente aqui não tem recurso para investir. Moro em Prudente, 600km de São Paulo, nesse último camp rodamos bastante mas conseguimos muito apoio $$ pra trazer gente pra cá, investimos muito dinheiro mesmo nesse “camp”. E com a graça de Deus, deu muito resultado.
NFFB: Quais dicas você daria para todos aqueles que queiram um dia chegar em um evento como o UFC?
A.S.: Treine mais que todo mundo! Eu sempre fui a primeira a chegar, a última a sair, a primeira a confirmar presença em qualquer treino dentro ou fora (quando minha equipe viaja). E sei o quanto eu fiz pra merecer pra chegar ali.
NFFB: Na sua opinião o que falta para um atleta e professor poder viver apenas do esporte no Brasil. Sendo assim, estimular mais pessoas a praticarem esportes?
A.S.: Muitas vezes a capacitação do próprio professor e do atleta. Muita gente quer patrocínio, sem oferecer nada em troca. Quer incentivo, sem ajudar ninguém… Então é uma pergunta complicada, no Brasil existe muita falta de investimento SIM, concordo (E MUITO). Mas também vejo muita gente sem formação (treino, estudo como um todo) reclamando que “ninguém apoia”. Difícil uma empresa patrocinar um atleta que não usa mídia social, ou que às vezes não divulga. Acho que o mercado está crescendo. E quem se capacitar, vai pegar esse crescimento. Mas o Brasil precisa sim valorizar mais os atletas.
A Lutadora do UFC Ariane Sorriso
A Lutadora do UFC Ariane Sorriso