Em Ubatuba especificamente em Itamambuca o morador e empresário Dado Villas Boas fala um pouco sobre essas duas espécies da Mata Atlântica
Mata nativa e mata exótica e suas diferenças – Dado Villas Boas é um empresário do ramo hoteleiro e do turismo. Também paisagista, casado, pai de dois filhos. Uma família de surfistas e amantes da natureza e das plantas em geral. Ele nos falas sobre o bioma de restinga. Suas espécies nativas e exóticas. Explicando o que pode acarretar no nosso meio ambiente.
Esta é uma curiosidade que poucos conhecem. E vamos falar da questão, utilizando Itamambuca, como exemplo principal. Sendo que isso está em toda área de mata, jardins, parques, praças entre outros locais.
Dado faz um alerta sobre a preservação da biodiversidade, onde ele observa o interesse em falar sobre este assunto.
Por que Itamambuca?
Ela é um exemplo de conservação em várias áreas do bioma, além de preservada as áreas estão sendo monitoradas e com vários trabalhos de recuperação ambiental em andamento. Utilizando de olhos mais atentos e mais técnicos verificamos vários tipos de invasão além da humana temos a invasão natural ou biológica. Que pode prejudicar o bioma como um todo.
Espécies Nativas e Espécies exóticas qual a diferença?
As espécies vegetais exóticas são espécies que foram deslocadas para fora de sua área de distribuição natural não são nativas do bioma original local. No caso de Itamambuca vivemos na restinga da Mata Atlântica.
As plantas exóticas normalmente foram trazidas, por profissionais do paisagismo. Ou até mesmo um nativo. Um caiçara plantou na beira da praia um chapéu de sol. Ou até mesmo um pé de abricó para fazer uma sombra para os dias quentes. E com o tempo elas foram se desenvolvendo.
Os pássaros, os roedores entre outros animais da nossa fauna, foram espalhando as sementes das espécies exóticas. De uma forma natural ,que se da pela queda do resto de alimento. Ou até mesmo pelos excrementos.
“Algumas delas têm uma capacidade enorme de se desenvolver, mesmo sendo exótica. A preocupação é que em alguns casos elas são invasoras e em as vezes pior ainda, dominantes. E aí por essas características já se revela o porquê da preocupação com esses tipos de espécies”, finaliza Dado Villas Boas.
A perda através das espécies exóticas
Na verdade segundo estudos essa ação das espécies exóticas é uma invasão biológica uma das maiores causas de perda de biodiversidade, praticamente perdendo apenas para o desmatamento da ação humana.
Essa invasão biológica de espécies exóticas é a grande devastadora da mata nativa. Isso é muito sério. Ela é difícil de ser identificada. Muitas pessoas não entendem esta situação. Achando que tudo faz parte de um bioma natural e que deve ser intocável.
Dado nos explica que é difícil de combatê-la. “É trabalho de identificação e execução minuciosos, custoso e oneroso. O que realmente deve ser feito com técnicas apropriadas.
Cada um pode ajudar revendo seus plantios espontâneos. O que plantam em seus jardins. E descartando seus resíduos verdes de forma controlada. Ajudando a manter nossos biomas dentro de Mata Atlântica”, revela.
Mito ou verdade?
O controle sistemático de espécies exóticas tem que ser feito em cima de um acompanhamento técnico, dentro de alguns estudos e muito trabalho, como foi citado, isso para não comprometer a mata nativa existente e realmente ser eficiente.
O ritmo da invasão biológica é muito relativa, dependendo de uma série de fatores, já existe alguns estudos mais aprofundados sobre isso e suas consequências.
O Paisagista Dado Villas Boas revela que o próprio bioma tem seus sistemas naturais de combate. Muitas vezes a competição fica desproporcional. A condição aumenta com a proximidade do homem nestas áreas.
Existe uma certeza perante a uma invasão biológica comprovada. O que não se pode fazer é nada. Ficar parado olhando deixando os vegetais e plantas exóticas dominar o sistema. O que devemos fazer é tentar controlar esta invasão biológica com algum tipo de ação.
O processo normalmente tem uma velocidade lenta de início. Demora ser percebida. Em alguns casos depois de algum tempo fica praticamente irreversível. Tornando-se cada vez mais difícil o controle.
O que não pode acontecer é ficar admirando. Olhando os vegetais e plantas nativas irem desaparecendo. E deixar as exóticas avançar. Ao longo do tempo ela vai criando condições se fortalecendo neste ambiente.
Uma ação é melhor do que nada a fazer.
Em praticamente todo o nosso litoral tem acontecido esse tipo de invasão, em menor ou maior grau, em áreas de restinga como as do jundu com bastante frequência.
“Esta área de jundu é aquela área de Restinga que esta praticamente na areia da praia e que compõe um bioma riquíssimo e com alto risco de extinção…”
“Dado finaliza dizendo que tem muitas pessoas preocupadas e atentas a isso. Durante muito tempo davam pouca importância para este assunto. Um pouco por ignorância e ou por ganância do uso das áreas”.
As espécies exóticas são inimigas da natureza?
Não se pode condenar literalmente os vegetais e plantas exóticas. As espécies exóticas na sua grande maioria são espécies maravilhosas. Não necessariamente inimigas da nossa natureza.
Essas espécies têm um histórico. As maiorias das espécies exóticas foram trazidas para o Brasil por colonizadores, na época de Dom Pedro II. Essas espécies são provenientes da Europa e outros continentes, vindas como mudas e sementes.
Adaptações
No Brasil temos ótimas condições para a adaptação das espécies exóticas. Estima-se que aproximadamente 80% das espécies plantadas pelo homem em todo o Estado de São Paulo são espécies exóticas, são encontradas nas calçadas, avenidas, jardins, parques e grandes bairros na maioria das pequenas e grandes cidades paulistas.
Essas espécies têm um papel importante no paisagismo, elas não são de todo o mal. Inúmeras delas são frutíferas, no qual podemos consumir no dia a dia. Algumas espécies na verdade delas não são dominantes e quanto menos invasoras.
Nada contra as espécies exóticas. As exóticas em áreas de preservação, onde não existe controle ou em exagero deixa de ser legal.
Abricó é exótico?
Abricó (Labramia bojeri) é um fruto exótico facilmente encontrado no imenso litoral brasileiro. De origem africana, se adaptou bem ao clima e solo brasileiros. Em Ubatuba na praia ado Felix é encontrada em toda a faixa de praia. Itamambuca é encontrada no meio. Tendo que ter o cuidado dessa espécie exótica, que vem dominando alguns lugares.
Alguns Caiçaras nasceram e cresceu, vendo o Abricó na beira da praia. E a maioria deles acham que é uma espécie nativa. Essa espécie é usada no paisagismo e muito usada em calçadas de algumas cidades de São Paulo.
O abricó se adaptou muito bem na área de jundu, se reproduzindo muito fácil. O fruto tem uma semente, que gera uma muda facilmente. E normalmente aonde se tem pé de Abricó tem uma centenas de mudas em volta. Essa é a hora que deve se fazer o controle.
Uma espécie exótica importante o crescimento dela é demorado. A invasão biológica do Abricó se dá aos poucos. Ele cresce e quando chega no fator do papel de predominância importante. Essa espécie vai crescendo e a invasão é rápida.
Flamboyant é exótico ou nativa? Cipós invasores nativos? Mata nativa e mata exótica
O Flamboyant Vermelho é uma árvore de grande porte, com copa imensa, que proporciona excelente sombra. Floresce com maior intensidade durante o período de setembro a novembro. Uma espécie exótica maravilhosa também muito usada em paisagismo. Sendo uma espécie exótica tendo origem de Madagascar, na África.
Os cipós, conhecido como trepadeiras são as Lianas. Na América do Norte, trepadeiras nativas (ex.: Vitis spp.) e espécies exóticas (ex.: Celastrus scandens, Dioscorea bulbifera e Pueraria lobata) podem ser extremamente abundantes, porém os fatores que promovem esta profusão não são claros.
As Lianas fazem um fechamento tirando a luz do ambiente. E o peso em cima das árvores enfraquece e com o tempo em alguns lugares podem fazer algum estrago. Itamambuca tem as Lianas “trepadeiras” que gera este problema, não na área de jundu. O corredor ecológico fica mais ou menos uns 300 metros para dentro da mata.
Em uma mata equilibrada ela tem o seu controle e sua importância. Algumas são nativas e outras não. Ela tem um papel importante algumas florescem quando não tem flor. Elas servem para uma série de coisas. Inclusive servem para abrir um clarão. Em um local e outro para dar condições a novas espécies.
A preservação da biodiversidade
O controle vem sendo estudado já algum tempo. Esse alerta não se da somente em Ubatuba. Tendo muitas pessoas atentas sobre estas espécies invasoras. Não deixando de ser uma modalidade biológica, sendo também uma preocupação ocupação territorial das espécies.
Alguns lugares como na USP, parque Trianon, todo litoral paulista (em particular Itamambuca) e também no Rio de Janeiro (floresta da Tijuca) em outros estados foram feito muitos estudos e ações e continuam sendo feitas.
Mata nativa e mata exótica – Estudos e entendimento sobre este caso das espécies invasoras vem avançando. O manejo das espécies pode se dar até em uma mata equilibrada procedendo de forma legal. Sendo que a maior causa do crescimento das espécies invasoras vem da mão do homem.
Dado Villas Boas salienta. “O crescimento das espécies invasoras. Se dá por vários motivos. Como exemplo, através do descarte inadequado das podas e resíduos verdes dos jardins. Que são descartadas em áreas verdes, terrenos abandonados entre outros lugares.
As espécies se desenvolve se fortalecem nas áreas de forma lenta e poderosa”
Como educar as pessoas a plantarem espécies nativas e o manejo das espécies exóticas?
Na maioria das questões ambientais tudo começa pela informação passando o conhecimento de uma causa. Hoje a internet colabora com a educação sócio ambiental. Bastando ter a disposição do conhecer e estar aberta a novas informações.
Tudo começa com a conscientização. O paisagista Dado Villas Boas, comenta: “Toda oportunidade que eu tenho eu comento, conscientizo e falo com as pessoas sobre isso temos que conscientizar as crianças, nossas famílias, empresários, comerciantes, donos de lotes, dono de casas, surfistas, estudantes entre outras pessoas.”
Outro fator importante onde o paisagista usa da informação orientando as pessoas. De como fazer o manejo das espécies invasoras. As pessoas não precisam se preocupar em tirar tudo que é exótico de suas casas, sítios, chácaras, praça entre outros lugares.
“Em muitos casos não há uma grande necessidade desta retirada e também não é justo com as plantas e vegetais que estão lá. Se for plantar algo novo, fazer um novo jardim, um projeto paisagístico inicial, plante umas mudas nativas…”
“Uma combinação de mudas que atraiam aves, animais locais, há uma quantidade muito grande de espécies lindas que compõem paisagisticamente e também contribui para manter os biomas enriquecidos...“
“E se for colocar as espécies exóticas que não sejam invasoras e nem sejam plantadas em áreas de preservação”. Finaliza o paisagista e surfista Dado Villas Boas.
Há espécies exóticas no meio da mata atlântica?
Sim, é possível que se encontre com certeza algumas espécies exóticas no meio de uma floresta densa. Como na mata atlântica ela pode ter parado lá. Através de pássaros, roedores ou vento. Quanto mais para dentro de uma mata fechada, menor a incidência, menor a chance de ela se desenvolver.
O combate quando uma espécie exótica aparece no meio de um de uma floresta densa. Enriquecida originalmente natural, a espécie exótica tem pouca chance de sobreviver. O controle se da por um combate é natural.
Analise naturalemente
Quando ela pega uma condição facilitada de evolução. Torna-se dominante, em locais como por exemplo:
- Em áreas onde o homem esta próximo;
- Normalmente em bordas de Florestas;
- E também é comum na beira das estradas.
Esses são os locais em que o homem fragilizou de alguma forma. Aí as exóticas têm normalmente um desenvolvimento mais agressivo e prejudicial.
Como verificar se o bioma de restinga de jundu está equilibrada?
Seria um análise geral e genérica do local olhando a partir do mar para a terra. Onde reparamos no início da vegetação um “degrau natural”. Iniciando na área de jundu com ipomeias, graminhas rasteirinhas e outras espécies baixas. Entrando para dentro deste território percebemos o aumento do tamanho na vegetação em uma sequencia natural. Chegando a espécie nativa mais cada vez com maior porte.
O paisagista revela, o seguinte: “Agora se avistarmos na faixa de areia espécies altas que sombreiam a areia, provavelmente são espécies exóticas tirando as condições necessárias naturais para o desenvolvimento de espécies nativas no local…”
“Talvez esse seja o principal fator de o jundu e suas espécies nativas não se desenvolvem bem. O sombreamento, queda de folhas que abafam o jundu e o pisoteio são alguns dos principais fatores. Ocasionando a falta de desenvolvimento adequado das nativas.”, Finaliza Dado.
Na prática, sem aprofundamentos científicos, devemos entender que quando há um desequilíbrio biológico vegetal corremos o risco de interferir no bioma como um todo, quebrando cadeias alimentares ou causando outros descontroles que podem afetar desde de microorganismos até espécies maiores como mamíferos.
Mata nativa e mata exótica
A sobrevivência de espécies nativas pode estar em grande risco de sua existência. Devemos ter uma preocupação considerada com o ecossistema. Alguns lugares em nosso litoral em algumas faixas da Mata Atlântica. Podemos perceber de forma evidente o descontrole dos biomas que afetam diretamente a qualidade de nossas vidas.
Porém nunca é tarde para poder atuar de alguma forma. Existem cursos de botânica, gestão ambiental, biologia. Para poder identificar todas as espécies. E fazer esse controle de forma ordenada e saudável. Para ajudar no controle e nos descontroles. O caminho prático para tudo isso, é começar de dentro de casa. Pensando no que cada um de nos pode faze efetivamente.
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